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Estrada Parque

A SP-312, denominada Rodovia dos Romeiros, foi inaugurada em 01 de maio de 1922 e é considerado um marco na implantação da malha rodoviária paulista. O apelido dos “romeiros” se deve a forte tradição religiosa das comunidades do interior, que rumam com charretes, cavalos e a pé com destino ao santuário de Pirapora do Bom Jesus. A arquitetura das sedes das fazendas de café, as edificações simples, a paisagem e as matas de característica Atlântica latifoliada ainda existente ao longo do Rio Tiête serviram de cenário para mais de 60 filmes. Surgiram diversas áreas de três campings, restaurantes, casa de doces, comidas típicas em seu percurso.

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Este conjunto de características específico evidenciou a necessidade de transformá-la, em uma Estrada Parque unindo o trinômio: lazer, preservação e cultura. Esta estrada está inserida na APA- Rio-Tietê criada pela lei em 1991. A estrada ainda não estava inaugurada quando começou a ser usada para passeios, festividades e piqueniques. O próprio Washington Luís e sua comitiva utilizavam a Gruta, em 18 de fevereiro de 1922, para um piquenique. Pouco a pouco, desde os tempos de Washington Luís até nossos dias, a estrada transformou-se em uma imensa área de lazer e ganhou também ares de caminho natural das romarias à Pirapora do Bom Jesus.

Washington Luís era um estudioso da história do país e como autor de livros e artigos sobre o assunto, tinha como projeto realçar o papel dos paulistas na construção da Nação. Idealizou em todas as suas obras, monumentos e marcos que destacavam a importância dos paulistas na conquista e formação do território nacional. A Rodovia de Paulo/ Mato Grosso, especialmente o trecho entre São Paulo e Porto Feliz, rememora a saga dos paulistas e uniu sua formação intelectual à sua proposta de Governo no cuidado que dedicou ao antigo caminho bandeirista. Determinou a pavimentação da estrada e vislumbrou a possibilidade de sua utilização como imenso espaço de lazer e turismo.

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Seu secretário de obras, Heitor Penteado, executa-se a construção de muradas, mirantes, bancos e mesas em pontos estratégicos, como a Gruta da Glória. Próximas à cidade de Itu, algumas fazendas de café e suas sedes de arquitetura típica (Fazenda da Serra, da Ponte e Paraíso, ainda conservadas) receberam melhorias nos caminhos de acesso. Para o trecho da estrada, entre Cabreúva e Itu, considerado por ele o mais belo, Washington Luís idealizou e mandou construir muradas, mirantes e bancadas. A região reúne, além do rico patrimônio natural, um imensurável acervo cultural, arquitetônico e histórico.

O “marco do progresso”, como era apontado pelos romeiros em uma das paradas da estrada e que espelha a industrialização do interior paulista é a Usina de São Pedro. Construída em 1911 para gerar energia para as fábricas São Pedro e Maria Cândida, de tecelagem e fiação. Valendo-se das corredeiras do rio Tietê, a usina gerava mais energia que o necessário para suas indústrias e com a sobra abastecia todas as fazendas da região e a cidade de Cabreúva, até 1974 quando a concessão de energia foi vendida para a CESP.

Jequitibá Rosa –Mensagem ©
Itu – pelo rio em junho 2011
© Judy McAllister 2011

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