Atualmente, percebe-se grande interesse por duas abordagens que incorporam questões de sustentabilidade: bioeconomia e economia circular.
A bioeconomia, entendida como o uso inovador e sustentável de recursos biológicos renováveis para a produção de bioenergia e bioprodutos de alto valor agregado, pode ser vista como uma tendência importante dos negócios nas próximas décadas. A economia circular, por sua vez, fomenta a eficiência de recursos dos processos e o máximo aproveitamento de resíduos para reduzir o uso de carbono fóssil adicional, apresentando-se como um novo modelo econômico que busca, em última instância, dissociar o desenvolvimento econômico global do consumo de recursos finitos.
Os dois conceitos têm abordagens diferentes, mas podem ser vistos como complementares, de forma que o conceito de bioeconomia circular pode ser visto como a interseção entre bioeconomia e economia circular, englobando: produtos derivados de fontes renováveis; cadeias de valor eficientes no uso de recursos; máximo aproveitamento de resíduos.
As oportunidades em bioeconomia circular, entretanto, dependem de uma estruturação complexa que envolve dimensões-chave como a oferta regular e competitiva de matérias-primas, principalmente em se tratando de resíduos, o desenvolvimento de tecnologias e biorrefinarias, as escolhas dos produtos a serem ofertados e ainda os novos modelos de negócio capazes de articular e viabilizar a combinação das matérias-primas, tecnologias e produtos. Outra dimensão importante, que impacta a velocidade e a direção do desenvolvimento da bioeconomia circular, diz respeito às políticas públicas, a serem implementadas por meio de diferentes instrumentos.
Tais políticas de estímulo, tanto as políticas com foco na oferta quanto as com foco na demanda, constituem um mix de políticas que precisam ser coerentes entre si para atingir os objetivos propostos.