Prefeito e vice vistoriam o restauro da Igreja e conferem de perto a sofisticação e a riqueza de detalhes do patrimônio
O prefeito de Itu, Antonio Tuíze e o vice-prefeito Neto Beluci realizaram nesta terça-feira (01/12) uma visita às obras de restauro da Igreja Matriz Nossa Senhora Candelária que, com a retirada dos andaimes, no dia 19 de novembro, foi possível visualizar com amplitude a grandeza das obras encontradas no local.
“O restauro revelou uma sofisticação rica em detalhes de rara beleza. Ver a Igreja Matriz com seu altar mor quase totalmente restaurado reafirma a grandeza da cidade que, há mais de 200 anos, já possuía a mais bela Igreja do Estado de São Paulo”, declarou o prefeito Antonio Tuíze.
Além do douramento que já era sabido existir no altar mor, também foram encontradas grandes pinturas em prata, enriquecendo ainda mais o patrimônio histórico. “Uma grandiosa obra de arte, o retábulo, é algo que coloca o Barroco Paulista no mesmo patamar das demais regiões brasileiras. Uma obra de arte que falará por si própria, dispensando comentários de especialistas e vai se destacar, entre as melhores criações artísticas do Período Colonial”, comentou Carlos Gutierrez Cerqueira, historiador do Iphan durante vistoria.
Três dos quatro altares laterais, que também são contemplados pelo restauro, já estão em obra e, assim como no altar mor, foram descobertas pinturas com cores vivas e douramentos. Conforme destacou o restaurador Julio Moraes, responsável pela obra, no altar mor existe uma quantidade de prata que não se encontra em outro lugar, talvez o mais próximo somente em Guaratinguetá.
Ainda conforme relato de Cerqueira, Bartolomeu Teixeira e José Patrício da Silva Manso eram grandes artífices, sendo que as pinturas e douração de Patrício elevaram a arte de Bartholomeu a um patamar de beleza que remete imediatamente ao que, na mesma época, produzia-se em Portugal.
Nas paredes laterais do altar mor, que estavam todas pintadas de branco, foram encontradas pinturas em tons de azul com cenas do Velho Testamento feitas por Mathias Teixeira, pinturas que emolduram as telas de Padre Jesuíno que ficam no local. Por outro lado, a remoção de camadas de repintura não apenas mostrou que a capela-mór tem a totalidade das suas superfícies intensamente policromadas e douradas, em luxo raro nas igrejas coloniais paulistas, mas também revelou o uso extensivo de folheação à prata, em proporção incomum no país.
O restauro tem o apoio da Lei Rouanet, com recursos do BNDES e da Prefeitura de Itu e é realizado pela empresa Julio Moraes – restauro e conservação. Do ponto de vista metodológico, o contato permanente entre os técnicos do Iphan e a equipe de restauro vem agilizando as decisões interventivas e proporcionando a otimização do trabalho.
Em todas as vistorias realizadas pelos técnicos do Iphan é destacada a importância do que está sendo encontrado dando um panorama até então desconhecido, com Itu como um importante centro de produção artística no século XVIII, revelando-se obras inéditas que vêm reconstruir a história colonial do Estado de São Paulo.
Texto e fotos: Renata Guarnieri/Prefeitura Itu